O micro inversor apareceu pela primeira vez no final dos anos 90 nos Estados Unidos, e, o que era apenas uma promessa, hoje é uma realidade acessível a qualquer pessoa.
Inclusive, hoje em dia quase nenhuma residência nos Estados Unidos que possui um sistema fotovoltaico usa um inversor tradicional, sabia?
E agora com a popularização da energia solar no Brasil, é a vez dessa tecnologia brilhar por aqui!
Vamos dar uma olhada então do que o futuro nos reserva?
1. O que são microinversores
2. Diferença entre inversores e microinversores
3. Vantagens e desvantagens dos microinversores
4. Mercado de microinversores no Brasil
5. Conclusão
1. O que são Microinversores?
Como o próprio nome sugere, microinversores são inversores de corrente elétrica compactos que têm a mesma função dos inversores string tradicionais: transformar a energia elétrica de corrente contínua (CC) em corrente alternada (CA).
2. Diferenças entre Inversores e Microinversores
A principal diferença entre os inversores tradicionais e microinversores diz respeito à tecnologia adotada.
O inversor convencional atua por meio de uma string: os módulos fotovoltaicos são ligados em sequência, em série. Logo, trata-se de uma produção não individualizada, mas sim vinculada por série de módulos, onde não é possível otimizar a produção.
Logo, se você tem uma string de 6 painéis, e algum módulo individualmente apresenta perda na eficiência por um motivo (defeito no módulo, sombreamento, acúmulo de sujeira, ou algum outro fator de perda), TODOS os outros módulos da mesma string terão perda na produção, mesmo que estejam funcionando perfeitamente.
Ou seja, você terá perda de potência e de produção no seu sistema inteiro, por se tratar de uma string conectada em série.
Veja a imagem abaixo:
Nesse exemplo um dos módulos teve a infelicidade de receber um dejeto de passarinho, ocasionando em uma perda de 30% na sua produção. Com isso, todos os outros módulos foram afetados da mesma forma.
Toda essa situação é o que chamamos de mismatch.
Já os microinversores usam o que chamamos de tecnologia MLPE (a mesma de otimizadores), uma sigla que no português fica Eletrônica de Potência e Nível de Módulo.
Essa tecnologia é o que possibilita a geração de energia por módulo, e não por sistema. Logo, você consegue individualizar e otimizar a produção dos módulos, e as eventuais perdas acontecerão de forma pontual e/ou isolada.
Então, se você tem 6 módulos em um projeto que utiliza microinversores, e acontece algum fator de perda em um módulo, você não terá perdas em todos os outros 5 módulos – eles continuarão produzindo energia normalmente.
Confira na imagem:
Como você pode ver, os microinversores são um verdadeiro avanço na tecnologia solar e torna os sistemas mais inteligentes, confiáveis, econômicos e seguros.
Vamos ver um pouco mais sobre as diferenças entre inversores tradicionais, inversores com otimizadores e microinversores?
3. Vantagens e desvantagens dos microinversores
Vantagens
a) Otimização de produção – o fim do mismatch
Mismatch é o nome dado para a diferença de geração de energia que pode existir entre um painel e outro, dentro de um mesmo sistema.
Essa diferença pode decorrer de situações específicas de perda, como acúmulo de sujeiras em alguma placa, temperatura do ambiente, sombreamento – passageiro (ex: causado por nuvens), ou permanente (construções vizinhas), entre outros.
Quando o sistema fotovoltaico está instalado em string (em série), o módulo fotovoltaico que foi prejudicado com menor capacidade de geração, por estar ligado em série, limita a potência dos outros painéis e, consequentemente, a geração de energia de todo os outros.
Esse problema não existe com os microinversores! Tendo em vista a individualização da produção, caso ocorra algum fator de perda para painéis, a produção em sua máxima potência ainda assim estará garantida!
Logo, os microinversores são ideais para sistemas dentro de cidades, por exemplo, que contam com sombras de vizinhos ou árvores da rua, acúmulo de sujeira advindo de poluição, etc.
Para alcançar a otimização da produção, cada microinversor suporta apenas 1 módulo fotovoltaico. Porém, existem modelos que podem ser conectados até 4 módulos e, mesmo assim, tem entradas separadas, conseguindo isolar a produção de cada módulo.
b) rastreamento de falhas
É fato que 99% dos inversores tradicionais possuem um monitoramento para acompanhar a produção, e pra ver se está tudo certo com o sistema. Porém, justamente por estarem instalados em sistemas em série, não é possível detectar exatamente em qual módulo fotovoltaico daquela série inteira está com problema.
No caso dos microinversores, por termos 1 instalado por placa, otimizando e individualizando a produção de cada módulo, torna-se possível detectar exatamente qual está com problema ou sujeira, bem como saber com precisão quanto que cada placa está produzindo.
Além disso, com o micro inversor você tem uma redundância em erros com o sistema. Caso um inversor venha a quebrar (isso é muito raro) você ainda tem a produção de todos os outros.
c) modularidade e compatibilidade
Uma das grandes vantagens do micro inversor é poder expandir o seu sistema aos poucos.
Os inversores tradicionais precisam ter um número mínimo ou máximo de módulos para funcionarem, sempre utilizando o mesmo modelo de módulo, e com todos instalados exatamente com a mesma orientação, tudo isso em busca da máxima eficiência.
Já com o microinversor, é possível adicionar placas aos poucos, comprando mais inversor, módulo e estrutura, além de poder variar de modelo (estando a salvo caso os primeiros tenham sido descontinuados no mercado) e de orientação.
É claro que com mais de uma string na instalação é possível dividir a produção nas diferentes orientações do telhado. Mas, é uma divisão menor se comparada ao microinversor.
CUIDADO: Para fazer a adição de módulos em sua instalação é preciso um novo projeto fotovoltaico assinado e aprovado pela concessionária – por isso, fique atento para as condições e custos necessários.
d) mais seguro
Com microinversores acoplados às placas, a corrente contínua já descerá para o circuito em corrente alternada – diferentemente dos inversores tradicionais, que descem com a energia ainda em corrente contínua.
Isso é bom, pois os microinversores deixam o sistema de forma geral mais estável e seguro, uma vez que a corrente alternada é uma corrente mais segura que a corrente contínua.
Os circuitos em corrente contínua, quando feitos de forma errada, podem gerar incêndios. Dessa forma, os microinversores reduzem consideravelmente essa possibilidade.
Desvantagens
a) local de instalação
O microinversor é geralmente instalado embaixo ou próximos dos módulos fotovoltaicos.
Consequentemente isso dificulta seu acesso, caso algum problema ocorra ou seja necessário fazer alguma manutenção.
Por isso, será necessário sempre uma pessoa mais técnica e especializada para poder checar o micro inversor e fazer os ajustes necessários.
Além disso, por estar embaixo de toda uma estrutura, o microinversor está sujeito a algumas condições que podem prejudicar sua durabilidade – calor, etc. No entanto, para todos os efeitos, as garantias dos microinversores tendem a ser o dobro de tempo se comparado aos inversores.
b) preço
Imagine comprar um produto em atacado e outro no varejo. É praticamente a mesma ideia com os inversores x microinversores.
Para cada módulo (as vezes 2 ou 4, dependendo do modelo) é necessário um microinversor, o que pode encarecer a instalação, principalmente quando estamos falando de usinas de grande porte.
No entanto, tendo em vista o tempo de garantia dos microinversores (geralmente o dobro dos inversores) e, dependendo do tipo de instalação (residencial em detrimento de usinas grandes), o microinversor mais do que se compensará financeiramente com o tempo!
c) aplicabilidade
Conforme começamos a mencionar acima, os microinversores não são indicados, a princípio, para grandes sistemas, fazendas solares e afins, tendo em vista o valor que se seria desprendido apenas para cobrir os microinversores.
No entanto, no caso de uma geração de energia solar fotovoltaica para abastecer residências, os microinversores são mais interessantes, pois com o alto nível de otimização, será possível comprar um número menor de placas, bem como fazer com que compense a instalação lugares prejudicados (com sombras permanentes, por exemplo).
4. Mercado de microinversores no brasil
Os microinversores têm alcançado um espaço cada vez maior no mercado brasileiro – principalmente em decorrência do tempo de garantia e o aumento das instalações domésticas, que valem mais a pena com o uso dessa tecnologia.
Atualmente temos quatro grandes marcas no país: Deye, APsystems, Hoymiles e Enphase.
Na nossa opinião, atualmente o da Enphase encontra-se como o principal player do mercado.
A empresa conta com um background robusto: vem diretamente do Vale do Silício e de anos de liderança absoluta no mercado residencial norte-americano, já está na sua 8ª geração de microinversores – logo, está há bastante tempo aprimorando sua tecnologia.
Além disso, o microinversor da Enphase tem a maior garantia padrão de fábrica (20 anos), se comparado com outros microinversores do mercado, além da menor taxa de falha do mercado (0,05%).
5. Conclusão
Agora está evidente que a tendência do mercado fotovoltaico é cada vez mais explorar as possibilidades da tecnologia de microinversores.
Ela veio pra ficar!
E aí, conseguiu tirar todas as suas dúvidas? Entre em contato com a gente nas nossas redes sociais e vamos conversar!